Indústria baiana cresce em julho, mas segue baixa em relação a 2019

Prefere a boa ou a má notícia primeiro? Vamos lá, começando com o que é bom: a produção industrial da Bahia mostrou o terceiro crescimento consecutivo em 2020, de acordo com números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A indústria do estado cresceu 11,1% de junho para julho, número que ficou acima do registrado nacionalmente (8%) e o 5º maior entre os 15 estados pesquisados.

No entanto, ainda há um déficit de quase 6% em relação ao mesmo período do último ano. Além disso, a produção industrial da Bahia ainda acumula queda de aproximadamente 12% entre março e julho de 2020.

O resultado negativo frente a julho de 2019 (-5,7%) se explica por quedas na indústrias extrativas (-2,8%) e de transformação (-5,9%), no caso desta última puxada fortemente por produção automobilística (-51,4%) e metalurgia (-59,4%). Apesar do recuo geral, 7 das 11 atividades da indústria de transformação baiana tiveram altas na produção em julho20/ julho19, e o destaque em termos de contribuição para segurar a queda do setor veio, mais uma vez, dos derivados do petróleo (18,8%).

“Quando comparamos com julho de 2019, temos alta na maioria dos segmentos no estado (7 dos 11), mas temos duas quedas fortes em segmentos pesados, como automóveis e metalurgia, que puxam o resultado geral para baixo”, disse Mariana Viveiros, analista de dados do IBGE, que também aponta que a pandemia do coronavírus é um fator fundamental que explica a queda em setores como o de automóveis, por exemplo.

No acumulado de janeiro a julho de 2020, a produção da indústria na Bahia acumula perda de -7,1%, em relação ao mesmo período de 2019. O resultado é melhor que o do Brasil como um todo (-9,6%). Nos 12 meses encerrados em julho, a indústria na Bahia também se mantém no negativo (-5,6%), frente aos 12 meses imediatamente anteriores. Esse resultado está praticamente idêntico ao verificado no Brasil como um todo, que foi de 5,7%.

De junho para julho, a indústria teve resultados positivos em 12 dos 15 locais pesquisados no Brasil. Os melhores desempenhos se apresentaram no Ceará (34,5%) e Espírito Santo (28,3%), enquanto que Mato Grosso (-4,2%), Goiás (-0,3%) e Paraná (-0,3%) foram os únicos estados que registraram queda neste período.