Wassef, Zanin e outros advogados são alvos da Operação Lava Jato

Justiça expediu 50 mandados de busca e apreensão na investigação de desvio de R$ 150 milhões da Fecomércio, Sesc e Senac do RJ. Não há mandados de prisão. O MPF apura um esquema que envolvia contratos falsos, sem a prestação dos serviços advocatícios. Vinte e seis pessoas viraram rés. Bolsonaro, Lula e Witzel não são investigados nesta operação. Lava Jato faz operação contra escritórios acusados de desviar R$ 151 milhões do Sistema S
Os advogados Frederick Wassef (que representou a família Bolsonaro), Ana Tereza Basílio (Wilson Witzel) e Cristiano Zanin e Roberto Teixeira (Lula) são alvos de nova fase da Operação Lava Jato, nesta quarta-feira (9). Bolsonaro, Lula e Witzel não são investigados nesta operação.
A Operação E$quema S investiga desvios de pelo menos R$ 150 milhões do Sistema S do RJ por escritórios de advocacia no Rio e em São Paulo. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), alguns dos pagamentos foram “sob contratos de prestação de serviços advocatícios ideologicamente falsos”, sem contratação formal e sem critérios técnicos, como concorrência ou licitação.
A operação é baseada em uma delação premiada de Orlando Diniz, ex-presidente da seção fluminense do Sistema S — que engloba Fecomércio, Sesc e Senac.
O juiz federal Marcelo Bretas expediu 50 mandados de buscas e apreensões — não há mandados de prisão — e aceitou a denúncia do MPF, tornando rés 26 pessoas.
De acordo com o MPF, um dos escritórios alvo de buscas — o Eluf e Santos — foi contratado no esquema para repassar vantagens indevidas a Wassef. O ex-advogado dos Bolsonaro não foi denunciado. O MPF não explicou o motivo.
A Lava Jato apurou que as entidades do Sistema S teriam destinado pelo menos metade do seu orçamento anual a contratos com escritórios de advocacia. A força-tarefa aponta que essas entidades do RJ gastaram R$ 355 milhões com advocacia, dos quais “ao menos R$ 151 milhões foram desviados”.
Operação ‘Esquemas’: Wassef, Zanin e outros advogados são alvos da Operação Lava Jato
PF cumpre mandados da Lava Jato na Zona Sul do Rio
Reprodução
Mandados em dois estados e no DF
Equipes da força-tarefa cumpriam os mandados no Rio, em São Paulo e no Distrito Federal.
Por volta das 6h, os policiais chegaram em um endereço na Rua Urbano Santos, na Urca, e na Avenida Visconde de Albuquerque, no Leblon, ambos na Zona Sul da cidade.
Pouco depois, os policiais estiveram em um endereço na Avenida Prefeito Dulcídio Cardoso, no condomínio Golden Green, na Barra da Tijuca. Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal do Rio.
Investigação por suspeita de corrupção
Orlando Diniz, ex-presidente da seção fluminense do Sistema S, já havia sido preso, em 2018, em desdobramento da Operação Lava Jato no Rio. No mesmo ano, porém, o ex-executivo foi solto por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-empresário foi detido por suspeita de lavagem de dinheiro, corrupção e integrar organização criminosa.
Um dos crimes investigados na época era a contratação de “funcionários fantasmas” pelo Sesc e pelo Senac (ligados à Fecomércio). Por exemplo, uma chef de cozinha para o Palácio Guanabara e uma governanta do ex-governador do Rio Sérgio Cabral. Elas recebiam salários pelas entidades.
Diniz ficou quatro meses preso. Em junho, o ministro do STF Gilmar Mendes concedeu habeas corpus ao ex-empresário.
Agentes da Polícia Federal cumprem mandado na Rua Urbano Santos, na Urca
Reprodução
O que dizem os principais alvos da operação
Em nota, a defesa do ex-governador Sérgio Cabral disse que ele é “colaborador da justiça com acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal. Sobre esses fatos já prestou esclarecimentos à Polícia Federal e entregou provas de corroboração”.
O G1 RJ enviou mensagem e ligou para o advogado Frederick Wassef, mas não havia recebido retorno até por volta das 10h40.
O G1 SP tentou contato telefônico e mensagem por whatsapp com Cristiano Zanin, mas não havia recebido retorno até por volta das 10h40.
O G1 RJ mandou e-mail, whatsapp e ligou para o escritório do qual Ana Tereza Basílio é sócia, mas não havia recebido retorno até por volta das 10h40.
O G1 RJ ligou para o advogado de Adriana Ancelmo, mas a ligação caiu na caixa postal.
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