Servidores da Saúde denunciam aglomeração em UBS no Benedito Bentes, em Maceió

Em meio à pandemia do coronavírus, que requer distanciamento, unidade funciona com o dobro da quantidade de profissionais desde que absorveu servidores de outra UBS, que está em reforma. 24 servidores estão trabalhando na UBS do Benedito Bentes, em Alagoas
Arquivo pessoal
Os servidores municipais da Unidade Básica de Saúde Carla Nogueira, no Benedito Bentes, em Maceió, reclamam de aglomeração na UBS e chamam atenção para o risco de contágio pela Covid-19. Segundo eles, a unidade, que antes tinha 12 funcionários, agora está operando com o dobro de pessoas desde que absorveu a equipe de outra UBS, a Robson Cavalcante de Melo, que está em reforma.
Em contato com o G1 nesta terça-feira (8), Fernando Cândido, presidente licenciado do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde (Sindacs), contou que os servidores esperam que a Secretaria Municipal de Saúde apresente uma solução para garantir o distanciamento necessário nesse período de pandemia.
“Fizemos uma visita na unidade [Carla Nogueira] na semana passada e até agora nada foi resolvido. Os servidores continuam se aglomerando. Para citar um exemplo, na sala de triagem, onde cabe uma única pessoa, tem quatro técnicos de enfermagem trabalhando. Infelizmente, a secretaria não se manifesta, se nega a resolver algo simples”, lamentou Cândido.
A reportagem tentou contato com a Secretaria Municipal de Saúde às 11h, mas não ainda não recebeu resposta sobre o problema.
Uma servidora, que pediu para não ser identificada, disse que está sendo difícil, durante uma pandemia, trabalhar em um espaço pequeno com outros funcionários.
“A gente está em uma salinha onde só há um computador para quatro pessoas. O certo seria ter no mínimo dois para realizarmos a triagem. Não temos espaço e nem condições para atender os pacientes. É impossível negar que está havendo aglomeração”, disse a servidora.
Unidade Robson Cavalcante está em reforma
Arquivo pessoal
Um outro servidor, que também não quis ser identificado, falou que tem faltado EPIs. “É um problema constante e bastante comum a gente se deparar com a falta da máscara no dia a dia. Agora, além de toda a preocupação dos profissionais com a pandemia, ainda fomos surpreendidos com a notícia de que teríamos que acolher os colegas da unidade de saúde vizinha”.
O sindicalista questiona o momento escolhido pelo Município para a reforma. “A unidade foi feita para receber uma única equipe, mas agora são 24 profissionais trabalhando em um pequeno espaço. Em relação à reforma, eles tiveram oito anos para fazer isso, mas resolveram fazer justamente agora na pandemia. É um absurdo”.
Após a averiguação dos problemas denunciados pelos trabalhadores, o Sindacs e o Sindicato dos Odontólogos de Alagoas pretendem levar a questão ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
“É necessário um planejamento para que, no mínimo, haja um rodízio entre esses profissionais. Dessa forma o distanciamento social será devidamente cumprindo, minimizando os riscos de contaminação”, concluiu Fernando Cândido.
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