Risco é que, após a crise, crianças não possam retomar os estudos porque suas escolas estão fechadas, ou porque suas famílias não têm mais condições financeiras para arcar com esse gasto, ou por precisarem trabalhar para ajudar em casa. 1 de setembro – Criança sentada em tenda em frente à prefeitura de Paris. Mais de 200 pessoas da Somália, Afeganistão e Costa do Marfim, incluindo 59 crianças e 15 grávidas, estavam no grupo.
Thomas Coex / AFP
Metade das crianças refugiadas do mundo está fora das salas de aula, uma situação que pode ser agravada pela pandemia da Covid-19, alerta o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), nesta quinta-feira (3).
Em um relatório, o Acnur prevê que, se medidas não forem tomadas imediatamente para combater os efeitos catastróficos da pandemia na educação de refugiados, o potencial de milhões de jovens que vivem em comunidades vulneráveis estará um pouco mais em risco.
“Depois de tudo o que sofreram, não podemos roubar seu futuro, negando-lhes educação”, disse o comissário do Acnur, Filippo Grandi, em um comunicado.
A organização teme que, depois da pandemia, haja crianças que não poderão retomar os estudos, porque suas escolas estão fechadas, porque suas famílias não têm mais condições financeiras para arcar com esse gasto, ou porque precisam trabalhar para ajudar em casa.
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Meninas refugiadas
A ONU está particularmente preocupada com as meninas refugiadas, que já frequentavam a escola menos do que os meninos e correm um maior risco de suspenderem seus estudos após a pandemia.
De acordo com o Acnur, em países onde o percentual de escolaridade de meninas refugiadas no ensino médio já era inferior a 10%, existe o risco de que todas desistam de modo definitivo.
Refugiada carrega criança no colo em foto da exposição Faces do Refúgio
ACNUR/ Divulgação
O relatório do Acnur se baseia em dados coletados de 12 países, os quais abrigam metade dos refugiados do mundo.
Entre eles, o percentual de escolaridade no ensino fundamental é de 77%, mas despenca para 31% no ensino médio. Apenas 3% chegam a cursar o ensino superior.