Quando o amor nasce no nosso coração, sabemos exatamente o que merecemos
Você não vai encontrar o amor da sua vida antes de topar por aí com alguns outros amores. E em todo amor existe a bagagem. Aquilo que levamos do que sobrou da viagem. Afinal de contas, é a experiência que faz a história que acabou valer a pena.
Acredite sempre na construção diária em torno da euforia de uma paixão que começa tornando tudo possível. Todos os desafios e defeitos, no início, parecem ser superáveis. E não é. Viver ao lado de alguém, todos os dias, convivendo com os defeitos e manias de uma outra pessoa é uma provação, mas a vontade de dialogar é a prova de que você quer continuar tentando aquela vida à dois.
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É que eu acredito que relacionamento é tentativa, mesmo. Por mais amor que a gente sinta, é preciso ter certeza para fazer algo dar certo. Certeza que vem da gente e certeza que vem através das atitudes do outro. Por isso, amar a si mesmo torna qualquer decisão mais fácil. Quando o amor nasce no nosso coração, sabemos exatamente o que merecemos. E sabemos exatamente até que ponto devemos tentar sem nos ferir.
Por isso, se permita. Você não vai encontrar o amor da sua vida antes de topar por aí com alguns outros amores, se machucar, se ferir, se redescobrir e recomeçar várias e tantas vezes. E até você sentar em paz, na mesa do café em uma tarde de terça-feira para provar do sabor da fruta mordida do Cazuza e tomar a sua dose do veneno antimonotonia do Frejat, muita água vai rolar.
Você só precisa ter disposição para se permitir.
Pois amar também é isso. Correr os riscos de surfar nas ondas da própria intensidade.
*Edgard Abbehusen é escritor, compositor, redator, baiano, criador de conteúdo afetivo e autor de livros; Ele publica textos exclusivos aos domingos nas redes sociais e site do CORREIO. Acompanhe Edgard no Twitter e Instagram