Conheça os ‘xiaominions’ e como eles convertem os amigos
Os minions são uma criação da Universal Pictures e da Illumination Entertainment que surgiram nos filmes Meu Malvado Favorito e sequências e até filmes próprios tamanho o sucesso que esses serezinhos, cujo objetivo de vida é somente servir ao vilão. No Brasil, os mais fiéis seguidores do presidente Jair Bolsonaro ganharam o apelido pejorativo de ‘bolsominions’ como crítica dos opositores.
Mas nem sempre um minion é termo depreciativo. Esse é o caso dos xiaominions. O termo é uma fusão – bem feita – entre Xiaomi e minions para explicar a admiração de muitos usuários pela marca chinesa. Mas para ser um xiaominion não é preciso só gostar dos produtos dos chineses: fundamental é usar a palavra para converter todos ao redor ao ‘xiaominismo’. Tem até grupo no Facebook usando o termo para apresentar novidades da marca aos seguidores.
Minions em cena da série de filmes Meu Malvado favorito (Foto: Divulgação) |
Em agosto, a Xiaomi completou 10 anos de mercado tendo sido fundada quatro meses antes. A marca chegou ao Brasil em 2015, mas deixou o país em 2016, só voltando oficialmente há puoco mais de um ano. Atualmente é a terceira companhia que mais vende celulares no mundo, atrás apenas de Samsung e Apple.
Mas a empresa não possui apenas smartphones. Em seu site brasileiro, ainda um tanto restrito em termos de produtos se comparado ao chinês, dá pra encontrar de patinete a escova de dente elétrica, isso sem falar nos diversos produtos que as diversas subsidiárias fabricam. “Atualmente, a marca conta com mais de 300 dispositivos diferentes que compõem o mix de produtos da Xiaomi no Brasil”, informou a Xiaomi em nota ao CORREIO.
Custo-benefício
No tempo em que esteve fora do Brasil, os produtos da Xiaomi, sobretudo celulares, chegavam ao Brasil pelos Correios, diretamente da China, ou via contrabando do país asiático e do Paraguai. O chamado mercado cinza, composto por celulares não homologados pela Anatel ou que entram de forma irregular no país, segue crescendo e teve alta de 135% no primeiro trimestre desse ano, segundo a consultoria IDC.
Quando importados legalmente, por muitas vezes, mesmo pagando as taxas alfandegárias, o valor dos aparelhos ainda compensava, comprando-se as configurações deles com os semelhantes de outras marcas no país, algo que perdeu força com alta do dólar.
E foi nesse tempo, de dólar baixo e Xiaomi fora do Brasil oficialmente, que a maioria dos xiaominions (ou ‘testemunhas de Xiaomi’) se criou. Todos os que foram entrevistados pelo CORREIO apontam algo em comum: o custo-benefício dos produtos da empresa chinesa.
“Historicamente, a Xiaomi cresceu produzindo excelentes produtos com ótima qualidade. Tive um Mi 2 na época que eles vieram no Brasil pela primeira vez e, por R$ 550, aquele celular era uma máquina. Minha mãe usa ele até hoje. Depois, quando fui trocar, acabei vendo o Redmi Note 4, que foi considerado na época dele como “o rei do custo benefício”, sendo que paguei R$ 720 e minha ex-namorada trouxe do Paraguai”, conta o engenheiro mecânico Maurício Paredes, 29 anos, que usa o termo ‘xiaominion’ até em seu nome no Twitter.
Ao todo, entre celulares (já está no terceiro) e outros produtos, Paredes já gastou mais R$ 3.300 em produtos da Xiaomi. “As subsidiárias que ela compra são excelentes também e fazem produtos muito bons com ótima qualidade também. Tenho um tênis e um barbeador, que não são diretamente da marca Xiaomi, mas ela é coligada ou controladora destas”, conta.
Produtos da Xiaomi que Maurício já adquiriu totalizam mais de R$ 3,3 mil gastos (Foto: Acervo Pessoal) |
O engenheiro cita as bons reviews dos gadgets da chinesa e a inovação que empresa traz, como o celular Mi Mix Alpha, quase todo feito só com tela, como pontos que fazem ele apreciar a marca. Como bom xiaominion, já converteu muita gente.
“Ano passado fiz um cara comprar o Redmi Note 7 e dois comprarem o Redmi Note 8. Esse ano fiz dois comprarem o Redmi Note 9S”, elenca.
Além do custo-benefício, o escritor e compositor Marco Sá, 34, cita outros benefícios da Xiaomi. “Tem outras questões, como a experiência da MIUI (interface dos dispositivos), o ecossistema de gadgets com preços acessíveis também…Eu não sou exatamente um comprador compulsivo. Meu celular tem quase dois anos, mas tenho fone de ouvido, smartband e até termômetro Xiaomi”, ri Sá.
O compositor, que é um entusiasta de tecnologia, se aproximou mais da marca quando seu celular anterior quebrou. “Naquela época, se eu fosse comprar um concorrente com as mesmas especificações, chegaria a até R$ 1.000 mais caro”, diz ele, que possui um Mi 8 Lite. Após convertido, Sá seguiu espalhando a palavra: “Tenho amigos que compraram Xiaomi depois que conversamos sobre. Não só celulares, mas outros itens como roteador, fone de ouvido, a Mi Band, etc.”.
Marco Sá é um grande entusiasta de tecnologia e da Xiaomi (Foto: Acervo Pessoal) |
Indestrutível
O MC, produtor cultural e jornalista Wall Cardozo, 22, é um grande angariador do xiaominismo: parou de contar no oitavo convertido por ele. “De tanto fazer propaganda para meus amigos, de condição financeira parecida com a minha, fiquei conhecido como um xiaominion também. O meme me diverte”, diz.
Ele possui um Pocophone F1, primeiro aparelho lançado pela Xiaomi no retorno ao Brasil, que considera ‘indestrutível’ e pretende, passada a pandemia, adquirir uma Mi Band, a smartband da marca. Para ele, a empresa chinesa não fica atrás das mais conhecidas.
“De fato, eu entendo que a questão de ter um iPhone está muito ligada a algum status, até porque os aparelhos são bem caros. E os da Xiaomi e de outras marcas asiáticas entregam qualidade semelhante ou parecida por um preço bem mais justo”, opina Wall.
Se não fosse a condição financeira, o urbanista Davi Carlos, 24, admite: teria muito mais produtos da Xiaomi. Ele possui um Redmi 4x e um fone de ouvido. “Mas eu comprei dois celulares deles, um para minha namorada e outro para minha sogra”, conta o jovem, mas um espalhador da palavra do xiaominismo.
Ele explica como foi sua ‘conversão’. “Eu estava pesquisando celulares com configurações boas, mas não tão caros, então via muitos comentários positivos da marca na internet. Vi uma promoção do celular no Americanas.com e arrisquei. E te digo que foi a melhor escolha, melhor custo-benefício”, conta Davi, que já indicou a marca para amigos e primos também.
Davi adquiriu um celular pra ele, gostou e ‘converteu’ a namorada Marisol de Souza (Foto: Acervo Pessoal) |
Novidades
Para comemorar seus 10 anos, a Xiaomi fez uma promoção no Brasil entre os dias 18 e 21 de agosto. “Por da limitação imposta pela pandemia de covid-19, não foi possível promover ações maiores nas lojas físicas, por exemplo. Mas a campanha digital com descontos teve grande aderência do público”, diz a empresa.
Um dos novos lançamentos que a Xiaomi destaca é a Mi Band 5, quinta geração da smartband que monitora exercícios físicos, batimentos cardíacos e até qualidade do sono. “A versão ganha novas modalidades de exercícios, entre elas, corda, elíptico, bicicleta ergométrica, yoga e remo”, afirma a Xiaomi.
Além da Mi Band 5, a empresa também está investindo no MI TV Stick, que tem uma forma semelhante a um pendrive e torna qualquer TV uma Smart TV. Sendo a Xiaomi, “ele é compatível com os principais serviços de streaming de vídeo de todo o mundo, como Netflix, Amazon Prime e YouTube, além de ser integrado ao Google Assistente e ter o Chromecast instalado”.
Mi Band 5 e MI Stick TV, lançamentos mais recentes da Xioami no Brasil (Foto: Montagem sobre divulgação) |