Bolsonaro ri ao comentar o afastamento de Witzel: ‘O Rio está pegando’
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) riu nesta sexta-feira (28) ao comentar o afastamento do govenador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). Witzel foi afastado por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) após ser denunciado por suspeitas de desvios na Saúde pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Bolsonaro deixou a residência oficial pela manhã e ao passar pelo cercadinho de apoiadores no Palácio da Alvorada foi chamado por um homem, que disse apenas “Rio de Janeiro”. O presidente parou e afirmou que a situação “está pegando” por lá.
“O Rio está pegando, o Rio está pegando hoje. Está sabendo do Rio hoje? Governador já… Quem é teu governador?”, perguntou Bolsonaro. “Meu governador? É o vice”, respondeu o apoiador. Bolsonaro riu e disse que está “acompanhando” a situação.
Bolsonaro já tinha sorrido ao falar de Witzel com apoiadores em maio, quando o governador foi alvo de buscas e apreensões.
Aliados nas eleições de 2018, Bolsonaro e Wtizel rapidamente se tornaram rivais políticos. Este ano, a relação deles piorou. Bolsonaro acredita que Witzel tem intenção de substituí-lo na presidência e que, por isso, o persegue, além de seus filhos, no Rio.
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, também falou do caso ao chegar ao Palácio do Planalto. Para ele, é difícil que Witzel volte ao posto de governador. Ele lembrou que Witzel também está sofrendo processo de impeachment.
“O governador está passando por um processo de impeachment. Ainda está uma discussão ali se a comissão que foi montada pela Assembleia está dentro da legislação ou não. Então, eu acredito que ao longo desses próximos seis meses esse processo de impeachment deve avançar. Acho difícil que ele volte”, avaliou.
Operação
O ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou o afastamento de Witzel, também autorizou os mandados da operação Tris in Idem, deflagrada nesta sexta. O vice-governador do Rio, Cláudio Castro, foi alvo de buscas e apreensões. O presidente nacional do PSC, Pastor Everaldo, foi preso.
No total, são 17 mandados de prisão, sendo seis preventivas e 11 temporárias, e 72 de busca e apreensão.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Witzel e mais oito pessoas, incluindo a primeira-dama, Helena Witzel.