Moradores de Bebedouro, em Maceió, fazem novo protesto para cobrar indenizações


População pede o pagamento dos acordos de indenização firmados pelos imóveis afetados pela atividade de mineração na região. Moradores do bairro de Bebedouro, em Maceió, protestam em frente à Braskem com faixas
Carolina Sanches/Tv Gazeta
Os moradores do bairro de Bebedouro, em Maceió, protestaram na porta da Braskem na manhã desta sexta-feira (28) para cobrar agilidade no processo de indenização referente aos imóveis que foram destruídos pela extração de minério feita pela empresa na região.
Ao G1, a Braskem disse que respeita o direito de manifestação pacífica dos moradores e acrescentou que o Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação já teve mais de mil propostas de compensação financeira aceitas, totalizando cerca de R$ 126 milhões em indenizações e auxílios (confira a nota na íntegra ao final do texto).
Com carro de som, camisetas padronizadas e faixas, os moradores do bairro de Bebedouro se reuniram na praça Lucena Maranhão e foram até a porta da empresa em carreata para cobrar um posicionamento.
“A gente foi obrigado a sair da nossa casa por causa desse desastre causado pela Braskem. Eles nem sequer sabem o valor do nosso imóvel e a gente não faz ideia de quando vai receber a indenização. Estamos aqui para exigir que as indenizações seja mais rápidas. Tem gente no Pinheiro que saiu de sua casa há mais de um ano e até hoje não recebeu indenização”, reclamou o morador Marcos Braga.
Moradores usaram camisetas personalizadas durante protesto em Maceió
Carolina Sanches/TV Gazeta
O Mapa de Setorização de Danos e de Linhas de Ações Prioritárias, divulgado pela Coordenadoria Especial Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec), aponta que mais de dois mil imóveis precisarão ser realocados por causa da constante movimentação do solo na região dos bairros de Maceió afetados pelas rachaduras.
Apesar do bairro de Bebedouro ter sido um dos afetados, muitos moradores continuam morando em suas casas. A moradora Marluce Lamenha disse que o valor oferecido pela Braskem para o aluguel de um imóvel é muito baixo e que, por isso, decidiu permanecer em sua casa, mesmo correndo risco.
“O valor que eles oferecem não encontro nenhum imóvel, enquanto isso, continuo morando na área de risco”, desabafou.
Esse é o segundo protesto que os moradores de Bebedouro fazem na porta da empresa em menos de dois meses.
Leia abaixo a íntegra da nota da Brakem:
“A Braskem respeita o direito de manifestação pacífica e reitera a sua preocupação em priorizar a segurança das pessoas. Depois de oito meses do acordo firmado com as autoridades públicas, o Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação acumula avanços significativos, com mais de mil propostas de compensação financeira aceitas até o momento, totalizando cerca de R$ 126 milhões em indenizações e auxílios. As mudanças totalizam aproximadamente 20 mil pessoas fora das áreas de risco. As ações do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação seguem um cronograma público e compartilhado com as autoridades, que foi recentemente antecipado em cinco meses para dar celeridade às indenizações. A Braskem provisionou R$ 5,2 bilhões para todas as ações necessárias em Maceió”.
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