Pandemia: Em julho, tradicional mês de férias, gasto de brasileiros no exterior é o menor em 16 anos

Com pandemia do novo coronavírus, fronteiras foram fechadas e dólar registrou forte alta. Na parcial do ano, gastos no exterior recuam 64%, para US$ 3,84 bilhões. Os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 267 milhões em julho deste ano, tradicional mês de férias escolares. O resultado foi divulgado nesta terça-feira (25) pelo Banco Central.
Na comparação com o mesmo mês de 2019, quando as despesas lá fora totalizaram US$ 1,524 bilhão, a queda foi de 86%. Este também foi o menor valor para o mês de julho desde 2004, ou seja, em 16 anos.
O recuo aconteceu em meio à disparada do dólar e à escalada das tensões acerca do novo coronavírus, que resultou no fechamento de fronteiras e na suspensão de voos por alguns meses.
A moeda norte-americana tem registrado forte alta neste ano por conta da pandemia, com os investidores avaliando o impacto do pacote de estímulo nas contas públicas – que vêm registrando forte deterioração. No primeiro semestre, a alta do dólar acumulada foi de 30,11%.
Com a disparada do dólar, as viagens de brasileiros ao exterior ficam mais caras. Isso porque as passagens e as despesas com hotéis, por exemplo, são cotadas em moeda estrangeira.
Acumulado do ano
No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, ainda segundo informações do Banco Central, os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 3,840 bilhões.
Na comparação com os seis primeiros meses de 2019, quando as despesas no exterior totalizaram US$ 10,705 bilhões, a queda foi de 64%.
Gastos de estrangeiros no Brasil
De acordo com dados do BC, em julho deste ano os estrangeiros gastaram US$ 140 milhões no Brasil, com forte queda frente ao patamar registrado no mesmo mês de 2019 (US$ 598 milhões).
Nos sete primeiros meses de 2020, as despesas de estrangeiros no Brasil somaram US$ 2,072 bilhões, com recuo frente ao mesmo período do ano passado – quando totalizaram US$ 3,674 bilhões.
Para estimular o turismo no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro assinou no começo do ano um decreto para dispensar o visto de visita para turistas de Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão que viajarem ao Brasil.