Volta às aulas nas escolas particulares do DF: 7 em cada 10 professores são contra, diz pesquisa

Levantamento foi divulgado nesta segunda-feira (24), pelo Sindicato dos Professores. Retomada das atividades é discutida na Justiça. Escola particular na Asa Norte, no DF, se prepara para a volta às aulas após a pandemia de coronavírus
TV Globo/Reprodução
O Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares do Distrito Federal (Sinproep-DF) divulgou, nesta segunda-feira (24), o resultado de uma pesquisa virtual com educadores sobre o retorno das aulas presenciais nas escolas privadas. O levantamento mostra que sete em cada dez professores são contrários a volta para a sala de aula.
Segundo o sindicato, a pesquisa foi respondida por cerca de 1,8 mil professores. Os dados apontam que 69,9% são contra a retomada durante a pandemia do novo coronavírus e 30,1% são a favor. Conforme o Sinproep, entre os educadores que responderam a pesquisa, 23,62% lecionam na educação infantil e 28,35% no ensino fundamental 1.
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A retomada das atividades foi suspensa, no dia 6 de agosto, pelo desembargador do Tribunal Regional do Trabalho do DF (TRT-10) Pedro Luís Vicentin Foltran (relembre abaixo). Nesta segunda, o Tribunal Regional do Trabalho do DF (TRT-10), marcou uma nova audiência de conciliação para discutir a retomada das aulas presenciais na rede de ensino particular do DF.
Na semana passada, após seis horas, uma primeira audiência terminou sem acordo. Durante a reunião, o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe-DF) chegou a afirmar que as escolas, principalmente de educação infantil, estão passando por dificuldades. Segundo a entidade, já foram 1,5 mil demissões no setor privado.
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As aulas na rede privada foram suspensas em 11 de março, por conta da pandemia do novo coronavírus. O GDF chegou a permitir o retorno das atividades em 27 de julho. No entanto, desde então, decisões judiciais impedem a reabertura das escolas (relembre abaixo).
Dois dias antes antes do retorno das atividades, o juiz Gustavo Carvalho Chehab atendeu a um pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT) e suspendeu o retorno. Em 4 de agosto, a juíza Adriana Zveiter derrubou a liminar e permitiu a reabertura das escolas.
No entanto, dois dias depois, a decisão dela foi revogada pelo desembargador Pedro Foltrán. Ele atendeu a um recurso do MPT, que argumentou que a retomada das atividades presenciais representa risco aos trabalhadores e aos alunos.
Ao analisar o caso, o magistrado entendeu que “de fato, o retorno presencial das atividades educacionais acarreta não só a exposição dos profissionais de educação, mas também de um número ainda maior de pessoas envolvidas no transporte dos alunos até as instituições de ensino, aumentando, ainda que indiretamente, o nível de contaminação pelo vírus no Distrito Federal”.
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Escolas públicas
Profissionais de limpeza continuaram fazendo a manutenção das escolas públicas do DF após suspensão das aulas devido à pandemia
TV Globo/Reprodução
Nas escolas públicas, as aulas presenciais estavam previstas para serem retomadas a partir de 31 de agosto. No entanto, em 19 de agosto, o GDF anunciou a suspensão da medida por tempo indeterminado, devido ao avanço da pandemia na capital.
A decisão não se estende às escolas particulares. Segundo o secretário de Educação, Leandro Cruz, o governo não fará qualquer recomendação com relação à retomada na rede privada.
“Estamos deixando mais que seja mediada essa relação entre professores, estudantes, famílias e instituições de ensino particulares. Nesse caso, as unidades têm a capacidade para fazer essa mediação após a decisão da Justiça.”
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