Estudantes do interior de Alagoas criam aplicativo de ensino de inglês para escolas públicas

Alunos e uma professora do campus Viçosa do Ifal participaram de maratona nacional para desenvolvimento de aplicativos. Plataforma alagoana recebeu nome de English Talkers. Aplicativo English Talkers, desenvolvido por equipe do Instituto Federal de Alagoas (Ifal)- Campus Viçosa na Maratona Unicef Samsung
Reprodução
Quatro alunos e um professora do campus Viçosa do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) criaram um aplicativo para democratizar o ensino de inglês. A plataforma, que ganhou o nome de English Talkers, foi selecionada pela Maratona Unicef Samsung 2020 para ser desenvolvida e utilizada como material didático em escolas públicas do país.
Foram inscritas propostas todo o Brasil na maratona que reúne estudantes, professores, programadores e designers no desenvolvimento de protótipos de aplicativos para dispositivos móveis. O concurso é desenvolvido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Samsung e tem como parceiro técnico a Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex).
Clique e confira todos os aplicativos desenvolvidos na maratona 2020
Depois que as equipes foram selecionadas, elas receberam mentoria técnica e pedagógica e participaram de sessões de tira-dúvidas. A previsão é de que o app seja disponibilizado após o dia 24 de agosto, quando acontece a cerimônia final da premiação.
Além da oportunidade de desenvolver o aplicativo com suporte técnico, eles também receberam um prêmio de R$ 5 mil.
A equipe do Ifal foi a única de Alagoas selecionada para a maratona. O grupo é formado pela professora Emanuelle Tuane Silva e por quatro alunos do 3º ano do ensino médio integrado de informática para internet do Campus Viçosa do Ifal, com idades entre 17 e 18 anos: Nicolas Assis, Sâmara Silva, Severino Tenório e Eduarda Santos.
“Fico feliz de representar o estado, já que fomos a única equipe daqui selecionada. Acho importante mostrar que um Ifal do interior conseguiu participar das duas maratonas realizadas, isso mostra o potencial dos alunos que estudam e moram no interior do estado. Acho muito importante o uso do aplicativo nas escolas, muitos alunos têm pouco conhecimento sobre o inglês e quase nenhum conhecimento sobre outros países. Com o aplicativo, além de aprender sobre gramática, os alunos aprendem um pouco sobre a cultura de outros países, sobre as capitais, sobre animais nativos, sobre esportes, dentre outras coisas que eles provavelmente não tinham conhecimento antes”, disse a professora.
Os estudantes também estão orgulhos por terem conseguido representar Alagoas.
“ Não existe nenhum palavra certa para explicar o que a gente está sentindo. Foram várias pessoas daqui de Alagoas que se inscreveram e a gente foi a única equipe de Alagoas selecionada. Com jovens de interior. Tinha gente da capital, gente com mais conhecimento. Todo mundo comemorou. Na época a gente podia ser abraçar, a gente se abraçou. Foi a realização de um sonho”, disse Nicolas Assis.
Equipe do Ifal – Campus Viçosa criou aplicativo English Talkers
Emanuelle Tuane/Arquivo Pessoal
Nicolas Assis explicou que a ideia surgiu do desejo de dar ajudar quem não teve oportunidade de pagar para aprender inglês.
“Eu participei de um evento que foi todo em inglês. E eu percebi que quando eu falava para muitas pessoas sobre o inglês, muita gente tinha dificuldade sobre isso, principalmente sobre a cultura dos países. Conversando com a professora Emanuelle, falei que tinha o desejo de trabalhar em um aplicativo que ensinasse inglês para as pessoas”, disse o aluno.
A professora acrescentou a ideia de também trabalhar a cultura de países de língua inglesa.
“A ideia do app surgiu com os alunos do grupo. O Nicolas tinha muito interesse pelo ensino do inglês. Assim, o grupo me procurou com a ideia de fazer um app para ensinar inglês. Depois de algumas reuniões, pensamos em ensinar também sobre a cultura e geografia de países que falam inglês. Já que muitos não têm nenhum tipo de conhecimento sobre outros países”, disse a educadora.
Aplicativo English Talkers, desenvolvido por equipe de Alagoas na Maratona Unicef Samsung
Emanuelle Tuane/Arquivo Pessoal
A gerente de Cidadania Corporativa da Samsung Brasil, Isabel Costa, explicou que uma característica marcante na maratona é a diversidade, já que as propostas de aplicativos vêm de várias regiões do Brasil.
“É realmente uma experiência que tem agregado muito no empoderamento dos jovens. Eles não competem. O foco não é colocar uma equipe contra a outra. O foco é fomentar o desenvolvimento desses estudantes, é estimular o protagonismo desses jovens, aguçar o olhar para deles para o empreendedorismo, explicou a gerente de cidadania corporativa.
Isabel Costa disse que o Nordeste foi a região do Brasil com mais inscrições na maratona e que a participação de Alagoas é expressiva desde o primeiro ano do concurso.
Na edição anterior da Maratona Unicef Samsung, três equipes do Ifal foram selecionadas: equipes Geory, Marte e PortMat.
O app Geory ensina sobre geografia; Marte é para o aprendizado de matemática e artes; e o PortMat é voltando para o ensino de português e matemática.
Como funciona o app English Talkers
A plataforma foi pensada para que o estudante “passeie” por 4 países de língua inglesa em diferentes continentes. Na Europa, Inglaterra; na Oceania, Austrália; América, os Estados Unidos; e para a África, África do Sul.
“Em cada país o aluno aprende um pouco de gramática e um pouco sobre o país, além de responder alguns exercícios sobre inglês. Cada país possui três ciclos. Ao começar o aluno primeiro vai para a Inglaterra, depois Austrália, depois Estados Unidos e por último, África do Sul. Quando ele passar pelos 4 países, completa um ciclo de estudo, que equivale a um trimestre do ensino de inglês do primeiro ano do ensino médio. Isto se repete até que o aluno tenha completado os três 3 ciclos nos 4 países”, explicou a professora.
A previsão de liberar para download a partir do dia 24 de agosto, data marcada para a cerimônia final, vale para os 19 aplicativos desenvolvidos na maratona.
Depois de pronto para uso, uma rede de parceiros fica responsável por divulgar os apps para professores e estudantes do ensino médio de escolas públicas.
Parte da equipe do aplicativo English Talkers no laboratório do Ifal em Viçosa, AL
Emanuelle Tuane/Arquivo Pessoal
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