Uma carta para o meu pai que está no céu
Meu herói. De tantos momentos vividos. De tantas histórias divididas. De tanto amor dedicado. O sorriso simples, o cheiro de creme de barbear misturado com o cheiro do seu abraço. As mãos segurando as minhas mãos para que eu me sentisse seguro diante de qualquer caos do nosso mundo.
Meu bom velho, que de onde esteja, seja sempre o meu guardião. A luz que guia os meus passos. A mão que continua segurando as minhas mãos para que eu segure as pontas. O olhar profundo e intenso que me dizia que eu posso, que eu vou e que nada me impede de voar. Que nada pode ser um empecilho para os meus sonhos.
Que de onde estiver, meu pai, que você me oriente. Que me segure antes mesmo que eu pense em cair. E daqui eu te agradeço por tudo o que você foi e por tudo o que representa. Pela referência que deixou e pela semente que floresce no meu coração todos os dias junto com a saudade que sinto.
Que eu possa ser um pai ainda melhor do que você foi. O amigo, sagrado amigo. Companheiro para compartilhar boas histórias. Palavra certa, no momento certo. Eu tento seguir daqui fazendo tudo exatamente do jeito que o senhor mandou. Colocando a verdade no centro das minhas escolhas. A lealdade no caminho das minhas decisões. E o amor como fruto da minha colheita.
Estou sempre contigo em pensamento. E queria te agradecer, de novo. Todo dia. Pela vida, pela presença, pelo afeto e por ter sido um pai que me fez olhar para o mundo de uma forma mais bonita. Eu tenho certeza, que de onde estiver, se existir paraíso no céu, é de lá que o senhor me guia.
Feliz dia dos pais, Velho Hermano.
*Edgard Abbehusen é escritor, compositor, redator, baiano, criador de conteúdo afetivo e autor de livros; Ele publica textos exclusivos aos domingos no site do CORREIO. Acompanhe Edgard no Twitter e Instagram