Bolsas da Europa fecham em queda, acumulando perdas na semana e no mês

Em meio a um cenário ainda incerto para a recuperação econômica do continente, os investidores diminuíram as apostas nas ações locais. Os principais índices europeus não tiveram força para sustentar os ganhos observados na primeira parte da sessão desta sexta-feira (31) e fecharam o dia em queda. Em meio a um cenário ainda incerto para a recuperação econômica do continente, os investidores receberam negativamente os dados do Produto Interno Bruto (PIB) de países do bloco e diminuíram as apostas nas ações locais.
Com a queda observadas ontem e hoje, as referências das bolsas da região reverteram os ganhos acumulados no mês de julho e encerraram uma sequência de três meses consecutivos de alta. As perdas semanais também foram expressivas para todos os índices europeus.
Economias na Europa têm quedas recorde no 2° trimestre: acima de 10%
O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou a sexta-feira em baixa de 0,89%, aos 356,33 pontos, registrando queda semanal de 2,98% e desvalorização de 1,12% no mês de julho.
Hoje, em Frankfurt, o DAX recuou 0,54%, aos 12.313,36 pontos, enquanto em Londres, o FTSE 100 caiu 1,54%, a 5.897,76 pontos. Em Paris, o CAC 40 recuou 1,43%, aos 4.783,69 pontos. Em Milão, o FTSE MIB caiu 0,71%, aos 19.091,93 pontos e, em Madrid, o IBEX 35 perdeu 1,70%, a 6.877,40 pontos.
No acumulado semanal, Frankfurt, Londres, Paris, Milão e Madrid recuaram 4,09%, 3,69%, 3,49%, 4,90% e 5,72%, respectivamente. Na mesma ordem, no acumulado mensal, o desempenho dos índices foi de -1,71%, -4,22%, -4,46%, -3,22% e -7,11%.
A economia da zona do euro registrou a contração no ritmo mais rápida já registrada na história durante o segundo trimestre, em consequência dos bloqueios impostos para limitar a propagação do novo coronavírus, que acabaram paralisando muitas atividades comerciais.
Retrocesso de 15 anos
Na média dos 19 países que compõem a união monetária, o PIB (produto interno bruto) caiu 12,1% no segundo trimestre, informou nesta sexta-feira a Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia, em uma primeira estimativa para o período. Economistas consultados pelo “Wall Street Journal” esperavam uma contração de 11,3%.
Além disso, a crise trouxe o nível do PIB da zona do euro de volta para meados dos anos 2000, eliminando amplamente quinze anos de crescimento. Segundo analistas, o cenário é ainda mais sombrio quando se consideram os dados do PIB per capita, que, para o bloco como um todo, está em linha com o do início dos anos 2000.
“O que provavelmente é mais preocupante para os investidores parece ser a constatação de que as manchetes negativas em relação a uma possível segunda onda apenas tornarão muito mais difícil alcançar qualquer tipo de perspectiva de recuperação em forma de V”, disse Michael Hewson, analista-chefe de mercado da CMC Markets, em nota aos clientes.
No início da sessão de hoje, as ações do bloco chegaram a operar em alta, puxadas pelo otimismo em relação às ações do setor de tecnologia após balanços surpreendentemente positivos das gigantes do setor, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos.
O índice setorial de tecnologia do Stoxx 600 fechou em alta de 0,72% nesta sexta, na ponta positiva do continente, depois que a Nokia melhorou as suas projeções para 2020, à medida que a lucratividade e a geração de caixa aumentaram. Para o segundo trimestre, porém, a empresa reportou uma queda dos lucros para 111 milhões de euros, de 288 milhões de euros no ano anterior. A ação da empresa liderou os ganhos no Stoxx 600, com alta de 12,54%
Por outro lado, as empresas de óleo e gás do Stoxx 600 influenciaram negativamente o índice pan-europeu na sessão, fechando em queda de 1,76%, após balanços corporativos de companhias do segmento. Os destaques foram as quedas da espanhola Repsol (-3,06%) e da britânica BP (-2,89%).