Sondagem da CNI mostra aumento da produção industrial em junho

Segundo levantamento, indicador da produção passou de 43,1 pontos, em maio, para 52,8 pontos em junho. Valores acima de 50 pontos indicam aumento da atividade industrial. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou nesta quarta-feira (22) que indicadores de produção e de emprego no setor mostraram reação em junho, de acordo com a Sondagem Industrial realizada com 1.880 empresas, de 1º a 13 de julho de 2020.
Segundo o levantamento, o indicador de produção atingiu 52,8 pontos no mês passado, contra 43,1 pontos em maio. O índice varia de zero a 100 pontos e valores acima de 50 pontos indicam aumento da atividade industrial.
O índice de evolução do número de empregados passou de 42 pontos em maio para 46,9 pontos em junho, ainda abaixo da linha de 50 pontos. Com isso, ainda há queda do emprego, embora “menos intensa e disseminada que nos meses anteriores”.
“Apesar do melhor desempenho nos últimos meses, os impactos da pandemia sobre a atividade industrial ainda são visíveis. A ociosidade continua elevada. A falta de demanda segue como o maior problema enfrentado pela indústria no trimestre, e problemas como falta e alto custo das matérias-primas e inadimplência dos clientes ganharam mais importância”, informou a CNI.
Uso do parque fabril e estoques
De acordo com a pesquisa, o nível de uso do parque fabril atingiu 62% em junho, contra 55% em maio. A taxa mostra “recuperação significativa do indicador, após as quedas expressivas”. Com isso, houve queda de estoques, que estão abaixo do nível planejado pela indústria.
“A queda de estoques reflete o desaquecimento da economia, pois manter estoque é caro e exige capital de giro. É uma situação semelhante com a que ocorreu na crise de 2014. Na realidade, tudo indica que teremos uma melhora bem lenta da economia daqui para frente”, avaliou o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
Acesso ao crédito difícil
Segundo a CNI, a sondagem registrou que os empresários continuam a demonstrar “grande insatisfação com sua situação financeira e a margem de lucro operacional de seus negócios”.
“O acesso ao crédito tornou-se ainda mais difícil. O índice de satisfação com a situação financeira aumentou 1,1 pontos, para 42,5 pontos no segundo trimestre de 2020. Mesmo com a alta do índice, a insatisfação segue bastante elevada”, informou a entidade.