Villas do Atlântico abrigará hospedagem de médicos com COVID-19

Conhecido por sua faixa litorânea, o loteamento Villas do Atlântico está mobilizado desde a última sexta

O anúncio feito pelo governador Rui Costa por meio das redes sociais no início da noite da última sexta-feira,27, deixou os moradores do loteamento Villas do Atlântico em pânico. A perspectiva de ver o Hotel Malibu como um local de abrigo aos profissionais de saúde que tenham contraído a COVID-19 mobilizou os moradores, que passaram a protestar contra a decisão do poder público por expor a comunidade.

De acordo com a presidente da Associação de Moradores de Villas do Atlântico (AMOVA), a médica intensivista Janaína Ribeiro, a preocupação dos moradores não reside em preconceito ou falta de senso de colaboração, mas está pautada na completa ausência de precedente técnico para a decisão. “Não se pode resolver um problema, criando outro. O certo seria que esses profissionais fossem atendidos numa unidade de saúde equipada com todo o instrumental necessário para garantir o tratamento desses profissionais”, disse a médica. 

Em nota, a Secretária de Saúde do Estado da Bahia, salientou que, até segunda ordem, a decisão será mantida e que todas as medidas de segurança serão tomadas no sentido de proteger a comunidade.

Janaína Ribeiro, no entanto, argumentou que, ontem à noite, a prefeita de Lauro de Freitas Moema Gramacho havia se comprometido a não permitir que o Hotel Malibu fosse usado com essa finalidade. A médica sugeriu ainda que o local mais indicado para esse fim seria o Hospital Metropolitano que estaria preparado para atender os pacientes hospitalizados pela COVID-19. “A medida do estado vai de encontro ainda com o Termo de Ajustamento de Conduta do Loteamento Villas do Atlântico que normatiza o tipo de estabelecimento comercial que pode ser realizado na localidade, composta por uma população prioritariamente de risco, por ser mais idosa”, justificou.

Em seu pronunciamento, Rui Costa afirmou que para cada servidor, que eventualmente contraísse o vírus, o hotel serviria como uma a opção de 14 dias, evitando o risco de contaminação de sua família. “Será opcional, mas é uma medida protetiva para as famílias dos servidores da saúde”, afirmou o governador. O Hotel Ibis, que seria utilizado para esta finalidade, não terá mais a função.

Como instensivista, Janaína afirma que a decisão não se baseia em nenhuma norma técnica e que uma decisão como essa não pode tomar como base a pressão popular ou critérios políticos. “O quartel general de combate à Pandemia é o Ministério da Saúde e não as administrações públicas”, conclui.