É muito cedo para debater volta de aulas presenciais, diz secretário de saúde de SP
O retorno das aulas presenciais na cidade de São Paulo pode não acontecer conforme estima o calendário estadual, que prevê retomada gradual a partir de setembro. Embora registre taxas decrescentes da Covid-19, o secretário municipal de saúde, Edson Aparecido, entende que, mesmo com leve diminuição dos casos e nas internações pelo coronavírus, ainda é “muito cedo” para debater o retorno escolar na capital paulista.
“As escolas foi, entre os segmentos, o primeiro que houve a suspensão das atividades [no início da pandemia], porque elas envolvem um contingente enorme de pessoas. São professores, alunos, funcionários, familiares. Então é muito cedo para datar a volta às aulas. Estamos falando da retomada de restaurantes com protocolos para utilização de apenas 30% da capacidade. No momento adequado iremos discutir o retorno escolas, mas mesmo com as taxas decrescentes na capital, ainda não é hora de avançarmos nesse debate”, explica, em entrevista ao Jornal da Manhã.
Edson Aparecido ressalta que a pandemia atingiu estados e até mesmo cidades de formas distintas, ressaltando a necessidade de avaliar continuamente a situação em cada município. Segundo ele, na capital paulista os “número estão estáveis” e mostram que São Paulo já passou pelos “dois picos da doença”, tendo o primeiro acontecido entre 26 abril e 22 de maio e, o segundo, no início de julho. No entanto, ele não descarta a possibilidade de recuo na flexibilização para evitar novos surtos da Covid-19.
“Acompanhamos diariamente a situação para avaliar qualquer alteração que possa levar a um novo aumento de casos, ou a uma pressão do sistema de saúde. [No pico da pandemia] nós tivemos cera de 350 solicitações de internação em um único dia. Ontem [quinta-feira] foram 28, sendo apenas 12 de UTI. Mas mesmo precisamos estar atentos, a pandemia é desconhecida. Qualquer reversão em alguma orientação da vigilância sanitária pode levar a um eventual recuo nas medidas.”
Para finalizar, o secretário destaca que os hospitais de campanha desativados, como o do Pacaembu e uma ala do Anhembi, serão, em partes, substituídos por estruturas definitivas de saúde. Segundo ele, as unidades temporárias foram como um “pulmão muito importante” para aliviar as demandas dos hospitais de saúde e para possibilitar que pacientes com sintomas leves e moradores da Covid-19 fossem rapidamente tratados.