Após fechamento do comércio, prefeitura de Feira de Santana interditará feira livre

Feiraguay é o principal centro comercial de Feira de Santana e estava aberto até o decreto desta terça (7)

Foi uma terça-feira diferente no centro de Feira de Santana se comparada ao que se viu nas últimas semanas. Pouco mais de 20 dias após reabrir o comércio – pela segunda vez -, o prefeito Colbert Martins (MDB) voltou a fechar as lojas após o aumento no número de casos. Segundo informações da Superintendência Municipal de Trânsito, a região central da cidade, famosa por locais com o Feiraguay, “apresentou movimento moderado, sem os engarrafamentos nas principais avenidas verificado no período em que o comércio esteve autorizado a funcionar”.

Ainda esta semana, fazendo parte do protocolo de ações do fechamento do comércio de Feira, a prefeitura também vai interromper as atividades da maior feira livre da cidade. A partir dessa quinta-feira (9), o local, no bairro Estação Nova, ficará fechado. Segundo Valdomiro Silva, secretário de comunicação, a prefeitura enxerga a região como uma “área de elevado índice de infecção”. 

Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), no boletim epidemiológico divulgado nessa terça-feira (7), a cidade de Feira tem 4.294 casos confirmados da doença, com 59 mortes pelo novo coronavírus.

Entre as lojistas que precisaram interromper as atividades novamente está Thandara Teles, 29, dona de uma loja de calçados na Avenida Getúlio Vargas, uma das mais importantes de Feira. Apesar de a ação impactar no seu negócio, a empreendedora não viu como positiva a retomada do comércio no último mês. “Nesse momento, precisamos priorizar a vida. A abertura, mesmo que não seja total, permite que pessoas saiam ainda mais de casa e isso aumenta o contágio, não tem como negar que há relação”, contou. 

Para garantir que os estabelecimentos permaneçam fechados durante o decreto, a prefeitura montou a Fiscalização Preventiva Integrada (FPI), formada por representantes governamentais e da sociedade civil. Ainda de acordo com Valdomiro Silva, a ação já resultou no fechamento de 700 estabelecimentos desde o início da pandemia, principalmente bares e restaurantes, que descumpriram as orientações dos decretos. 

Vendas on-line
Focar nas vendas on-line tem sido a principal saída para os comerciantes. Thandara conta que, mesmo antes da chegada do vírus, havia estruturado sua loja para atender via site, mas que esse momento remodelou ainda mais sua estrutura. “Trouxemos mais eficiência para que os clientes que não tinham o hábito de comprara on-line tenham uma boa experiência e consigam efetuar sua compra”, disse a dona. 

Apesar das opções de vendas a partir da internet e delivery, boa parte da população da cidade ainda insiste em ir para rua. Essa é a visão da professora Ludmila Cavalcante, 56, que saía só para o essencial, mas agora adotou o método de entrega até para o supermercado e a farmácia. Nos raros momentos em que circulou pela cidade, viu muita gente sem máscara.Para Ludmila, que permanecerá em casa com mais rigor ainda após o crescimento do número de casos, a melhor forma de não proliferar o vírus é se informar.

*Com orientação da subeditora Clarissa Pacheco