MPRJ denuncia por homicídio qualificado PM acusado de matar menina Ágatha Felix no Alemão
Segundo o MP, Rodrigo José de Matos Soares foi o responsável pelo tiro que causou morte da menina. Crime aconteceu na noite do último dia 20 de setembro.
O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou nesta terça-feira (3) o policial militar Rodrigo José de Matos Soares, acusado de matar a menina Ágatha Vitória Sales Felix, de 8 anos, no Complexo do Alemão. O crime aconteceu na noite do último dia 20 de setembro.
Rodrigo José de Matos Soares irá responder por homicídio qualificado. Caso condenado, o policial poderá cumprir pena de 12 a 30 anos de prisão.
O MPRJ também pediu à Justiça a suspensão parcial do exercício da função pública do policial. Além disso, também foi feito um requerimento pedindo a suspensão da autorização de porte de arma de fogo do PM.
O órgão também solicitou que ele fique proibido de ter contato com as testemunhas e compareça à Justiça, além de não poder se ausentar da Comarca.
A denúncia foi oferecida à 1ª Vara Criminal da Capital pelo MPRJ, através do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp).
Morte na comunidade
A menina Ágatha Vitória Sales Félix morreu no dia 20 de agosto após ser baleada na comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio de Janeiro.
Ágatha estava no banco de trás de uma Kombi com a mãe quando foi atingida nas costas.
Na hora, o veículo estava parado, com o porta-malas aberto. O projétil entrou pela traseira do utilitário, rasgou o forro do assento e atingiu a menina.
Em novembro, a Polícia Civil concluiu que não havia tiroteio no momento em que Ágatha foi baleada. A conclusão do inquérito confirmou que a bala que atingiu a menina saiu do fuzil do policial militar.
O relatório da perícia contestou o depoimento dos PMs envolvidos na ação — os militares sustentam que revidaram contra uma dupla que passava atirando em uma motocicleta. Para a Polícia Civil, no momento do crime, não havia pessoas armadas além dos policiais.
Policiais participam da reconstituição da morte da menina Ágatha — Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo