Cardeal Cláudio Hummes diz que Amazônia nunca esteve tão ameaçada
Nos Sínodo dos Bispos brasileiro fala sobre perigos da exploração ambiental.
Na manhã dessa segunda-feira (07), o cardeal brasileiro Cláudio Hummes, declarou que: “a vida na Amazônia talvez nunca tenha estado tão ameaçada como hoje”. Declaração ocorreu no Sínodo dos Bispos Sobre a Amazônia.
O cardeal falou sobre a Amazônia 29 vezes durante seu discurso, e lembra que papa Francisco pede as igrejas que compareçam a reuniões de questões urgentes.
Hummes diz: “pela destruição e exploração ambiental, pela violação sistemática dos direitos humanos elementares da população amazônica, de modo especial a violação dos direitos dos povos indígenas, como o direito ao território, à autodeterminação, à demarcação dos territórios e à consulta e ao consentimento prévios”.
“Desde o início de seu ministério papal, Francisco sublinha a necessidade de a Igreja caminhar. Ela não pode ficar sentada em casa, cuidando de si mesma, cercada de muros de proteção. Muito menos ainda, olhando para trás com certa nostalgia de tempos passados. Ela precisa abrir as portas, derrubar muros que a cercam e construir pontes, sair e pôr-se a caminho na história, nos tempos atuais de mudança de época, caminhando sempre próxima de todos, principalmente de quem vive nas periferias da humanidade. Igreja ‘em saída'”, sublinhou Hummes. “Para que sair? Para acender luzes e aquecer corações, que ajudem as pessoas, as comunidades, os países e a humanidade global a encontrar o sentido da vida e da história. Essas luzes são principalmente o anúncio da pessoa de Jesus Cristo, morto e ressuscitado e seu reino, bem como a prática da misericórdia, da caridade e da solidariedade sobretudo para com os pobres, os sofridos, os esquecidos e descartados do mundo de hoje, os migrantes e os indígenas.”
Cláudio sempre destaca o compromisso com a floresta amazônica.
“Não uma Igreja cerrada em si mesma, mas integrada na história e na realidade do território – no caso, a Amazônia – atenta aos gritos de socorro e às aspirações da população e da ‘casa comum’, aberta ao diálogo, sobretudo ao diálogo inter-religioso e intercultural, acolhedora e desejosa de compartilhar um caminho sinodal com as outras Igrejas, religiões, ciência, governos, instituições, povos, comunidades e pessoas, respeitando as nossas diferenças, no intuito de defender e promover a vida das populações da área, especialmente dos povos originários e a biodiversidade do território na região amazônica”, diz o cardeal.
Ele também enfatiza o frágil momento do planeta com o aquecimento global.
“O sínodo se realiza num contexto de uma grave e urgente crise climática e ecológica que atinge todo o nosso planeta. O aquecimento global pelo efeito estufa gerou uma crise climática sem precedentes, grave e urgente, como mostrou a Laudato si’ e a COP-21 de Paris, na qual foi assinado por praticamente todos os países do mundo o Acordo Climático até hoje pouco implementado, apesar da urgênci”, declarou. “Ao mesmo tempo, ocorre no planeta uma devastação, depredação e degradação galopante dos recursos da terra, promovidas por um paradigma tecnocrático globalizado, predatório e devastador, denunciado pela Laudato si’. A Terra não aguenta mais.”