Sem pagar os clientes há quatro meses, as empresas NegocieCoins e TemBTC alegam problemas
Dono das plataformas de negociação de criptomoedas NegocieCoins e TemBTC espera a normalização das atividades dentro de seis meses
O dono do Grupo Bitcoin Banco (GBB), Claudio José de Oliveira, admitiu pela primeira vez, em entrevista exclusiva concedida ao Valor, que tem problema de liquidez no grupo. O empresário afirmou também que espera a normalização das atividades dentro de seis meses. Oliveira recebeu o apelido de “Rei do Bitcoin” do apresentador de televisão Amaury Júnior.
Desde o fim de maio, os clientes das corretoras NegocieCoins do empresário CLAUDIO JOSE DE OLIVEIRA, MIRIAN MIRANDA LULLEZ e RODRIGO MIRANDA LULLEZ e TemBTC também de CLAUDIO JOSE DE OLIVEIRA e LUCAS OLEGARIO MENDES não conseguem sacar nem em bitcoins e nem em reais os seus saldos. Há problemas também nos depósitos no Bitcoin Banco. São mais de quatro meses de paralisação naquela que se declarou a maior corretora do mundo, a NegocieCoins. Segundo o Valor, as estimativas sobre o tamanho do caso variam de R$ 200 milhões a R$ 800 milhões.
Oliveira justifica que o problema com saques deve-se principalmente a uma fraude realizada em seu sistema por diversos clientes. De acordo com o empresário, esses usuários teriam duplicado seu saldo, aproveitando-se de uma brecha tecnológica. Por isso, diz, ainda não fez os pagamentos aos demais clientes. Não há provas nem da fraude, nem dos volumes.
Oliveira se recusou a contar como mantém seus compromissos cotidianos e qual a situação dos litígios.
O empresário disse que possui ativos imobiliários na Europa e saldo em investimentos na Suíça, mas que perdeu com as movimentações que fez dentro do GBB e com a alta da moeda virtual. Segundo o empresário, ele está respondendo, via advogados, a todos os processos na Justiça.