Petróleo fecha em alta após acordo entre Rússia e Arábia Saudita


Os dois países concordaram em estender os cortes na produção por mais um mês. Os contratos futuros de petróleo terminaram a quarta-feira (3) em leve alta, após terem encerrado a sessão da véspera nos maiores níveis em três meses. Notícias de que Arábia Saudita e Rússia concordaram em estender os cortes atuais de petróleo por mais um mês e um relatório semanal de estoques dos Estados Unidos melhor que o esperado por analistas ajudaram a sustentar os preços da commodity hoje.
Na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex), os preços futuros do West Texas Intermediate (WTI) para julho encerraram o dia com ganhos de 1,30%, aos US$ 37,29 o barril. Na ICE, em Londres, os contratos do Brent para agosto subiram 0,55%, aos US$ 39,79 o barril.
Campo de petróleo em Vaudoy-en-Brie, na França
Christian Hartmann/Reuters
Arábia Saudita e Rússia concordaram em estender cortes recordes na produção de petróleo até julho, disseram delegados da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) nesta quarta. Além disso, muitos dos maiores produtores de petróleo do mundo estão confiantes de que a demanda por petróleo retornará rapidamente, à medida que as restrições de bloqueio de coronavírus diminuírem em todo o mundo.
Embora os dois países estejam de acordo sobre como suprir um mercado global de petróleo devastado por uma pandemia de redução da demanda, eles ainda estão concluindo um acordo entre uma coalizão de 23 países conhecida como Opep+.
O pacto ainda pode ser comprometido se os membros da aliança, incluindo o Iraque e a Nigéria, não estiverem dispostos a compensar a falta de conformidade com as recentes restrições, disseram delegados.
Como outro fator positivo para os mercados, os dados semanais de estoques de petróleo nos Estados Unidos vieram melhores do que os analistas esperavam.
Estoques dos EUA
Os estoques americanos de petróleo diminuíram em 2,077 milhões de barris na semana passada, de acordo com dados divulgados nesta terça pelo Departamento de Energia dos EUA (DoE, na sigla em inglês). O aumento contrariou a expectativa dos analistas consultados pelo “Wall Street Journal”, de alta de 2,8 milhões de barris no período.
Os barris de gasolina em estoque aumentaram em 2,795 milhões, também contrariando a expectativa, de queda de 200 mil unidades.
Já os estoques em Cushing, Oklahoma, centro de distribuição do petróleo negociado na Nymex, caíram em 1,739 milhão de barris, totalizando 51,723 milhões de unidades. A utilização das refinarias caiu a 71,8% na semana, de 72,1% da leitura anterior, enquanto a demanda por gasolina subiu em 296 mil barris diários, a 7,549 milhões.
“Os preços do petróleo continuarão sendo apoiados neste momento de reabertura, mas a batalha por participação de mercado deve manter os preços em uma faixa estreita por algum tempo. A indústria de xisto dos Estados Unidos está pronta para perfurar mais poços se o petróleo bruto do WTI permanecer acima do nível de US$ 30, por isso parece improvável que sauditas e russos facilitem a recuperação nos preços”, disse Edward Moya, analista sênior de mercados da Oanda, em nota enviada a clientes.