Celebridades e grandes empresas de Hollywood se manifestam contra racismo
Algumas das grandes empresas ligadas à indústria cinematográfica nos Estados Unidos, como Netflix, Disney e Warner Bros., além da Academia, responsável pela entrega do Oscar, e de celebridades do show business, condenaram nesta segunda-feira (1º) o racismo nos Estados Unidos e demonstraram sua solidariedade com o movimento “Black Lives Matter” (“Vidas negras importam”, em tradução livre).
As declarações contra os casos de brutalidade policial contra cidadãos afro-americanos, que ressurgiram após o assassinato de George Floyd por um policial, tiveram sequência em um apelo conjunto de solidariedade e condenação da violência.
“A morte de George Floyd é inaceitável para qualquer um. Somos solidários com nossos integrantes negros, companheiros, escritores, artistas e todas as pessoas do país porque sabemos que vidas negras importam”, disse a Academia de Hollywood em um comunicado, no qual pede justiça.
“Devemos lançar os holofotes sobre o racismo e fazer a nossa parte neste momento”, acrescentaram os responsáveis pela maior premiação do cinema mundial.
Para a Netflix, se manter em silêncio já seria compactuar com a violência contra a população negra. “Temos uma plataforma e uma obrigação para que nossos funcionários negros, criadores e talentos possam falar”, afirmou a empresa.
O serviço de vídeo do Google no YouTube declarou-se solidário contra o racismo e a violência, um gesto que acompanhou a doação de US$ 1 milhão para organizações civis.
Mesmo a Disney, uma empresa que tradicionalmente evita falar em assuntos políticos ou atuais, também se associou às condenações com um forte pronunciamento. “Nós somos contra o racismo. Nós somos a favor da inclusão. Temos que nos reunir para falar”, destacou a gigante do entretenimento, com uma publicação que foi repetida nos perfis das redes sociais de suas empresas Marvel, Pixar e Star Wars.
Já a Warner Bros. mencionou o ativista Bryan Stevenson para “falar quando os outros estão em silêncio”, enquanto a HBO citou o romancista James Baldwin.
“Nem o amor nem o terror fazem um cego: a indiferença faz um cego, repetiu, enquanto mostrava seu apoio a “todos aqueles afetados pela violência sem sentido”.
Beyoncé, John Boyega, Taylor Swift, Cardi B, Cynthia Erivo, Lupita Nyong’o, Demi Lovato, Viola Davis, Janelle Monáe, Kim Kardashian, Justin Bieber, Jeffrey Wright, Chance the Rapper, Ariana Grande, LeBron James, Lady Gaga, Billie Eilish e Lana del Rey são algumas das celebridades que se juntaram à onda de indignação pela morte de Floyd e a violência contra os negros.
Como resultado, milhares de pessoas têm se manifestado em vários protestos nos últimos dias nos EUA, alguns dos quais levaram à violência, inclusive na capital.
George Floyd
A morte de Floyd, de 46 anos, aconteceu há uma semana, quando uma patrulha com quatro policiais foi a um local em Minneapolis onde havia sido relatado que uma pessoa havia tentado fazer um pagamento com uma nota falsa.
Os oficiais encontraram o homem sentado em seu veículo e, na versão dos agentes, quando recebeu ordem para sair do carro, ele resistiu. Então, os oficiais o atiraram ao chão, e um deles pressionou o joelho contra o pescoço de Floyd, enquanto três colegas observavam a cena.
Um vídeo postado nas redes sociais mostra o oficial branco sufocando o homem por vários minutos, apesar de suas queixas desesperadas dizendo que não conseguia respirar.
Floyd morreu logo em seguida em um hospital, e o policial acusado, Derek Chauvin, foi preso acusado de homicídio em terceiro grau e homicídio culposo, além de ter sido retirado do corpo da polícia.
*Com EFE