Ação policial resulta em vereadores feridos durante manifestação na Câmara Municipal
No último dia 15, a sessão plenária da Câmara Municipal de Porto Alegre foi interrompida devido a um confronto entre a Guarda Municipal e manifestantes que tentavam acessar o prédio para acompanhar as votações em andamento.
Agentes utilizam balas de borracha, gás lacrimogêneo e spray de pimenta durante o incidente
Durante a ação, os agentes de segurança utilizaram balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta, resultando em ferimentos em vereadores da oposição e um deputado estadual. As informações são do Jornal Zero Hora.
Relatos de parlamentares indicam que pelo menos cinco vereadores – Grazi Oliveira (PSOL), Atena Roveda (PSOL), Giovani Culau (PCdoB), Erick Dênil (PCdoB) e Juliana de Souza (PT) – e o deputado estadual Miguel Rossetto (PT) foram feridos, com alguns deles recebendo atendimento médico após o incidente.
A confusão teve início quando os manifestantes foram impedidos de entrar no prédio pelo portão de acesso do Legislativo. A segurança permitia a entrada em grupos de dez pessoas, com revista e proibição de bandeiras e mastros. Com as galerias atingindo o limite de ocupação, novas entradas foram bloqueadas.
O grupo tentou ultrapassar as barreiras, chegando ao pátio do prédio, o que resultou no fechamento dos portões e na intervenção dos guardas na entrada inferior. Vereadores da oposição tentaram intermediar o acesso dos manifestantes, apontando a falta de estrutura básica para quem aguardava do lado de fora. No entanto, minutos após a chegada dos parlamentares, os agentes começaram a usar equipamentos de dispersão.
Giovani Culau destacou que não esperava ser agredido dentro da Câmara Municipal e que a intenção era apenas garantir condições mínimas para os manifestantes. A presidente da Casa, vereadora Comandante Nádia (PL), defendeu a ação da Guarda, alegando que foi necessária para preservar a integridade das pessoas e garantir a ordem. Ela ainda mencionou que a Câmara implementará um protocolo mais rígido em sessões com temas sensíveis.
Devido à confusão, nenhuma votação foi realizada, incluindo projetos sobre o código municipal de limpeza urbana e a concessão do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) à iniciativa privada. A presidente informou que a análise da proposta sobre os catadores será retomada na próxima sessão, mas não há previsão para a deliberação sobre o Dmae.
