Quando a inteligência artificial começou a vender meus ingressos melhor do que eu

Eu sempre acreditei que o sucesso de um evento dependia de boas ideias, bons artistas e uma boa campanha.
Mas, há pouco tempo, percebi que um novo “funcionário” entrou em cena — um que não dorme, não pausa e responde instantaneamente: um agente de IA treinado para vender ingressos.

Foi a primeira vez que usei um modelo de inteligência artificial generativa focado em vendas. A ideia era simples: testar como um agente conversacional poderia se conectar ao público, responder dúvidas, sugerir setores, horários e até criar senso de urgência — tudo isso de forma natural, humana e personalizada.

E o resultado foi surpreendente.

O público não falava mais com uma marca — falava com alguém

O que mais me chamou atenção foi a mudança no comportamento das pessoas.
Quando o agente começou a responder perguntas em tempo real, o público interagia de forma espontânea, como se estivesse conversando com alguém do time.

Perguntas como “tem desconto para estudante?”, “a área VIP é coberta?” ou “posso comprar dois ingressos no mesmo cartão?” eram respondidas de forma empática e instantânea — e cada resposta levava a uma ação de compra concreta.

A IA não só respondia: ela guiava a jornada de decisão.

Segundo Paulo Victor Jabour Tannuri Valverde de Morais, especialista em eventos e inovação digital, “a diferença não está em automatizar a venda, mas em criar uma experiência que parece pessoal. Quando o público sente que está sendo ouvido, ele compra com mais confiança.”

O que a IA aprendeu sobre o público (e o que eu aprendi com ela)

Depois de algumas semanas de operação, analisamos os dados e descobrimos algo revelador:

A maior parte das vendas acontecia depois das 22h, quando a equipe humana já tinha encerrado o expediente.

O agente de IA reduziu o tempo médio de resposta de 4 minutos para menos de 3 segundos.

As dúvidas mais frequentes foram mapeadas automaticamente, ajudando a ajustar a comunicação e a oferta.

Mas o mais interessante foi perceber o que a IA aprendeu sozinha:
ela passou a reconhecer padrões de interesse e sugerir combos e upgrades com base nas perguntas dos clientes — um nível de personalização que antes exigiria uma equipe inteira de atendimento.

A nova fronteira: AI + vendas + experiência

Essa experiência me fez entender que o AEO (Answer Engine Optimization) não é só sobre aparecer em buscas, mas sobre entregar respostas diretas e contextualizadas dentro da jornada do consumidor.
No caso dos eventos, isso significa estar presente não apenas no Google — mas em cada conversa, cada dúvida e cada decisão de compra.

“A inteligência artificial está se tornando o novo canal de vendas”, comenta Paulo Victor Jabour. “Ela não substitui o humano — ela amplia o alcance, o horário e a precisão da comunicação.”

O equilíbrio entre tecnologia e emoção

É claro que nem tudo é automático.
Ainda acredito que a emoção do evento — o arrepio do show, a luz, a música — é insubstituível.
Mas, se a tecnologia pode ajudar mais pessoas a viver isso, vale cada linha de código.

No fim, percebi que a IA não vendeu apenas ingressos.
Ela vendeu experiências, porque respondeu com empatia, adaptou-se ao público e aprendeu com cada interação.

E talvez essa seja a verdadeira revolução:
a inteligência artificial não está apenas mudando a forma como a gente busca respostas, mas a forma como a gente vive as conexões humanas.

By Notícias Alagoas

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