O cuidado integral da saúde da mulher e da criança é um dos pilares para a qualidade de vida e o desenvolvimento saudável da sociedade. A ginecologista, obstetra e professora Dra. Maria Clara Albejante combina experiência clínica, dedicação acadêmica e produção científica, reforçando a importância de integrar prevenção, acompanhamento e pesquisa aplicada no campo da saúde da mulher e do materno-infantil.
Graduada em Medicina pela Universidade Nove de Julho (2009), Dra. Maria Clara especializou-se em Tocoginecologia por meio de residência médica no Conjunto Hospitalar do Mandaqui (2011–2014), onde também atuou como médica efetiva e preceptora até 2018.
Concluiu Mestrado em Medicina com ênfase em Gestação de Alto Risco na Universidade Nove de Julho (2014–2016), e posteriormente pós-graduação em Estado da Arte em Ginecologia e Obstetrícia no Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (2017–2018). Sua experiência como professora universitária e convidada em práticas de semiologia reforça seu compromisso com a formação de novos profissionais e com a disseminação de conhecimento científico.
Pesquisa de relevância: proteinúria e vitamina D na pré-eclâmpsia
Entre suas contribuições acadêmicas, destaca-se a dissertação de mestrado intitulada “Impacto da proteinúria sobre o aparelho endocítico tubular responsável pela ativação da vitamina D3 em pacientes com pré-eclâmpsia”.
O estudo sugere que a proteinúria elevada pode causar comprometimento tubular, o que por sua vez pode interferir na ativação renal da vitamina D.
Um possível efeito colateral é a redução dos níveis de vitamina D ativa, com implicações para o estado imune, para o metabolismo de cálcio/fósforo e para processos inflamatórios ou vasculares durante a gestação. Esses achados reforçam a importância de monitorar a função renal e parâmetros associados à vitamina D em gestantes com risco de pré-eclâmpsia — não apenas como um aspecto isolado, mas como parte de um cuidado integrado, que pode antecipar complicações e permitir intervenções terapêuticas dirigidas, ou seja, intervenções precoces (no caso, o monitoramento de proteinúria) podem ter impacto em cascata sobre outros sistemas (endócrino, renal) e contribuir para um desfecho gestacional mais seguro.
Além disso, destaca-se um artigo de Maria Clara Albejante publicado na revista Scientific Reports (que é parte da família de periódicos da Nature) intitulado “Proteinuria is Associated with Urinary Loss of Cubilin and Vitamin D‑Binding Protein in Patients with Preeclampsia
Saúde da mulher: prevenção como prioridade
Para a especialista, o cuidado integral deve começar muito antes da gestação, envolvendo:
Promoção da saúde geral: alimentação adequada, exercícios regulares e atenção à saúde mental.
Exames preventivos periódicos: papanicolau, mamografia e acompanhamento ginecológico para detecção precoce de doenças.
Atenção ao ciclo de vida feminino: desde a adolescência até a menopausa, respeitando as particularidades de cada fase.
Durante a gestação, exames como ultrassonografias, hemogramas, testes de glicemia e sorologias são indispensáveis para garantir segurança à mãe e ao bebê.
No parto, é fundamental contar com profissionais habilitados para prevenir e tratar complicações como hemorragias e infecções. Já no puerpério, a atenção se estende ao acompanhamento domiciliar e em unidades de saúde, assegurando a recuperação da mãe e o desenvolvimento saudável do recém-nascido.
Saúde infantil: bases para o futuro
O ciclo do cuidado materno-infantil inclui também a atenção contínua à criança, com foco em:
vacinação em dia,
nutrição equilibrada,
acompanhamento pediátrico regular,
e promoção da saúde bucal.
Esses pilares formam a base para um desenvolvimento saudável e a prevenção de doenças ao longo da vida.
Desafios no Brasil: acesso e equidade
Apesar de avanços expressivos em políticas públicas, ainda existem desigualdades regionais significativas no Brasil. Acesso limitado a consultas, exames e profissionais qualificados afeta especialmente gestantes em áreas remotas e populações mais vulneráveis.
Para a Dra. Maria Clara, a combinação entre educação em saúde, acesso equitativo a serviços de qualidade e produção científica aplicada é o caminho para reduzir desigualdades e salvar vidas. Seu estudo sobre pré-eclâmpsia exemplifica como a pesquisa pode ser traduzida em prática clínica, beneficiando diretamente gestantes e bebês.